15 abril 2008

A minha alga

Imaginei,
Ser uma alga marinha.
Então coloquei-me no chão,
deitada no soalho de madeira, sólido, frio e liso.
Sendo uma alga, bailava ao sabor da corrente,
ora para a frente, ora para trás,
ora para a esquerda, ora para a direita.
Senti-me em paz,
sem pensamentos e divagações...
Um momento único, incapaz de ser reproduzido por letras e palavras.
Senti o meu ser,
o seu esplendor, o seu terror,
dualidade implícita no meu interior.
Estava em contacto com a água
esta invadia-me e pedia-me mais e... mais...
Quis então soltar-me da rocha que me aprisionava
para que eu não seguisse a minha viagem.
Não conseguia...
Mas, a vontade era maior...
força e coragem uniram-se
Soltei-me!
Deambulando, avancei sem temores
Sentindo a brisa marítima,
um pouco de liberdade...
e em uma praia, com o areal cor de prata, fui repousar...
Acordei...