17 junho 2012

Só nós dois


Só nós dois é que sabemos
O quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor, forte, profundo...
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo.

Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece o que vai na rua
Vem ser minha, eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta.

Só nós dois é que sabemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
As torturas dos desejos
Vamos viver o presente
Tal-qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só Deus sabe o que será.

(Tiago Bettencourt)

05 junho 2012

Desabafo...

Não é uma carta

É um desabafo!

Desabafo que me transtorna e dissolve a alma...
Alma que já não reflecte o quotidiano,
Quotidiano que se torna irreal,
Irreal como os pensamentos!

Questiono-me sobre o passado,
Passado que se contorna em labirintos,
Labirintos irracionais e sem cor.
A cor que se neutraliza com a dor.

Não pretendo histórias com finais felizes,
Finais felizes são pura demagogia!
Demagogia que não trazem nem o sorriso nem a alegria.

A tristeza inconsolável tem de transformar
Transformar como uma fénix
Fénix que renascerá das cinzas e voará,
Num voo pleno de novos desafios,
Desafios e obstáculos
que serão pouco a pouco ultrapassados.
E provavelmente... valorizados!

E o futuro?
Futuro de incertezas
Incertezas sem sentido
Sentidos desconcertantes e infindáveis.
Passos obtusos e lamentáveis!

Será tudo passageiro?
Passagem obscura da realidade?
Quem me dera ser um forasteiro,
e fugir desta mentalidade.

A tua presença não será esquecida
Será guardada no coração
um coração rico de emoção!
Que ainda acredita na impossibilidade do momento
momento que se quer único
unicidade sem tempo nem lugar
Lugar onde guardarei o teu olhar!

Levo o corpo
levo a memória
levo os momentos
De algo forte
Fortaleza que desloca o meu chão sem aviso nem razão!

Amanhã é o dia!
Dia do resto de uma vida!
Sigo... sem certezas... sigo...

04 junho 2012

Quando o teu corpo se esqueceu o caminho onde andou...

Quando o dia entardeceu E o teu corpo tocou Num recanto do meu Uma dança acordou E o sol apareceu De gigante ficou Num instante apagou O sereno do céu E a calma a aguardar lugar em mim O desejo a contar segundo o fim. Foi num ar que te deu E o teu canto mudou E o teu corpo do meu Uma trança arrancou O sangue arrefeceu E o meu pé aterrou Minha voz sussurrou O meu sonho morreu Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada. Dá-me o quarto vazio da minha casa Vou deixar-te no fio da tua fala. Sobre a pele que há em mim Tu não sabes nada. Quando o amor se acabou E o meu corpo esqueceu o caminho onde andou Nos recantos do teu E o luar se apagou E a noite emudeceu O frio fundo do céu Foi descendo e ficou Mas a mágoa não mora mais em mim Já passou, desgastei, p’ra lá do fim É preciso partir É o preço do amor P’ra voltar a viver Já nem sinto o sabor A suor e pavor Do teu colo a ferver Do teu sangue de flor Já não quero saber… Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada, O meu barco vazio na madrugada Vou-te deixar-te no frio da tua fala Na vertigem da voz quando enfim se cala.