04 junho 2012

Quando o teu corpo se esqueceu o caminho onde andou...

Quando o dia entardeceu E o teu corpo tocou Num recanto do meu Uma dança acordou E o sol apareceu De gigante ficou Num instante apagou O sereno do céu E a calma a aguardar lugar em mim O desejo a contar segundo o fim. Foi num ar que te deu E o teu canto mudou E o teu corpo do meu Uma trança arrancou O sangue arrefeceu E o meu pé aterrou Minha voz sussurrou O meu sonho morreu Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada. Dá-me o quarto vazio da minha casa Vou deixar-te no fio da tua fala. Sobre a pele que há em mim Tu não sabes nada. Quando o amor se acabou E o meu corpo esqueceu o caminho onde andou Nos recantos do teu E o luar se apagou E a noite emudeceu O frio fundo do céu Foi descendo e ficou Mas a mágoa não mora mais em mim Já passou, desgastei, p’ra lá do fim É preciso partir É o preço do amor P’ra voltar a viver Já nem sinto o sabor A suor e pavor Do teu colo a ferver Do teu sangue de flor Já não quero saber… Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada, O meu barco vazio na madrugada Vou-te deixar-te no frio da tua fala Na vertigem da voz quando enfim se cala.

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